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Por trás de um abraço - Larissa Pacheco Machado

Durante o projeto do estágio, eu e minha dupla abordamos alimentação

saudável com o terceiro ano do ensino fundamental e, ao final das aulas, fizemos

um bolo de micro-ondas saudável com as crianças. Tudo passou tão rápido que,

quando me dei conta, já era o último dia de aula.

Faltando cerca de 15 minutos para a aula acabar, saí da cozinha com o bolo

pronto para levar para a sala. Esse era o momento mais aguardado de todo o

projeto, em que todos supostamente ficariam muito engajados e ansiosos para

experimentar a receita e, após isso, faríamos uma despedida acalorada. Realidade:

Alguns alunos experimentaram o bolo e outros, guardando seus materiais, nem

quiseram pegar uma fatia. Enquanto alguns gritaram “tchau” ou “até sei lá quando” e

saíram correndo, eufóricos para chegar em casa, outros vieram nos abraçar (diga-

se de passagem, até recebemos um desenho!) e nos dizer que acharam o bolo

muito gostoso.


Antes desse momento, eu já havia percebido que um dos meus maiores

aprendizados ao longo das aulas do estágio foi que é melhor selecionar menos

tópicos a serem estudados, mas que sejam significativos, do que fazer diversas

atividades que os alunos não consigam entender e acompanhar. Porém, ao receber

aqueles abraços, eu me dei conta de que mesmo tentando sempre fazer atividades

interessantes para todos, nem sempre tudo vai ser significativo para todo mundo, e

tá tudo bem.


Não posso planejar mil coisas e pensar que vou conseguir executar tudo

exatamente como idealizado, porque o andamento das aulas depende de diversos

fatores que eu não posso controlar, principalmente relacionados a como os

estudantes estão se sentindo cada dia. Ao mesmo tempo, preciso pensar que cada

assunto trabalhado toca cada aluno de uma forma diferente e, embora nem todos

gostassem de tudo o que fizemos, para alguns deles, as aulas foram muito legais e

ficarão em suas memórias para sempre.


Quando comparo minha primeira aula e a última, percebo que agora consigo

lidar melhor com minhas emoções e aceitar que às vezes o planejamento dá certo e

às vezes não. Aprendi que precisamos focar no que foi bom para repetir e alterar as

propostas que não funcionaram bem, em vez de apenas nos chatearmos pelo que

não foi uma boa ideia ou por quem não gostou do que planejamos. Afinal, nosso

trabalho não irá agradar a todos, mas fazer a diferença para alguns faz tudo valer a

pena.







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